Ex-funcionário da Cacau Show denuncia coação para fazer tatuagem: “Marcado que nem gado”

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Um ex-funcionário da Cacau Show revelou ter sido coagido a fazer uma tatuagem com a palavra “atitude” após “incentivo” do fundador e CEO da empresa, Alê Costa. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por possíveis práticas de assédio moral e sexual, homofobia e gordofobia no ambiente corporativo da rede de chocolates. Com informações do Metrópoles.

“Demorei um tempo para entender que tinha sido uma coação. Fui marcado no ferro quente que nem gado”, declarou o homem, que pediu anonimato por medo de retaliações.

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Segundo ele, a proposta da tatuagem surgiu em uma reunião com Alê Costa, na qual o empresário teria afirmado que a palavra “atitude” estava tatuada em sua pele, como símbolo do compromisso com a empresa. Em seguida, dois tatuadores foram disponibilizados em uma área visível da sede, o que pressionava os profissionais a participarem.

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“Acredito que teve quem fizesse de livre e espontânea vontade, para mostrar que vestia a camisa da empresa. Mas, no meu caso, eu ouvi de um superior que eu já tinha outras tatuagens e que ‘não ficaria legal’ se eu não participasse e fizesse também”, afirmou.

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O ex-colaborador relatou ainda ter enfrentado problemas psicológicos, de saúde e familiares durante o período em que trabalhou na empresa.

Além das tatuagens, os relatos apontam a existência de rituais internos liderados por Alê Costa. A ausência nesses eventos seria interpretada como falta de comprometimento, o que, segundo as denúncias, levava à perseguição dentro da empresa.

A denúncia formal enviada ao MPT detalha uma série de práticas abusivas, incluindo:

  • Gordofobia, com humilhações públicas e críticas estéticas;
  • Homofobia, com piadas ofensivas e perseguição a pessoas LGBTQIA+;
  • Assédio moral e sexual, supostamente ignorado ou acobertado pela direção da Cacau Show.

O documento menciona ainda um clima de medo constante entre os funcionários. “A maioria das vítimas tem medo de denunciar e sofre em silêncio, pois a franqueadora tem mão de ferro, e gosta de perseguir e retaliar não apenas franqueados, como funcionários e ex-funcionários que ousem falar sobre os abusos”, diz um trecho da denúncia.

Loja da Cacau Show
Loja da Cacau Show – Reprodução

Após a repercussão das denúncias, Alê Costa enviou uma mensagem interna aos colaboradores da Cacau Show, pedindo que não acreditem em “boatos” e reafirmando os valores da empresa. Veja o comunicado:

“Nos últimos dias, algumas informações envolvendo a Cacau Show circularam na mídia e nas redes. Queremos deixar claro para vocês: rejeitamos qualquer acusação que vá contra nossos valores. Nossa história sempre foi construída com base em confiança, seriedade e respeito por cada pessoa que faz parte da nossa jornada.

Temos muito orgulho do que construímos e seguimos com coragem, ética e compromisso, para continuar com nosso propósito. Entendemos a responsabilidade que temos com cada família. Seguimos firmes, com seriedade e verdade no coração. Sabemos quem somos, o que fazemos e o impacto transformador do nosso trabalho. Por isso, pedimos que não se deixem levar por boatos e informações distorcidas.

Tenho certeza que ao final dessa turbulência sairemos mais fortes e unidos do que nunca, sempre com a verdade que nos cabe.

Com carinho,
Alê Costa.”

Diante da gravidade das acusações, o Ministério Público do Trabalho investiga a Cacau Show por práticas abusivas contra funcionários, incluindo possíveis crimes de assédio moral e sexual. O caso segue em apuração, com depoimentos sendo colhidos sob sigilo para preservar a identidade das vítimas.

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