Cirurgia bariátrica: Especialista explica mudanças e impactos das novas regras

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Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou uma nova resolução que amplia os critérios para a realização da cirurgia bariátrica no Brasil, conhecida popularmente como redução de estômago.

As principais mudanças dizem respeito à possibilidade de realização do procedimento médico em adolescentes já a partir dos 14 anos, além da ampliação da indicação para adultos com menor índice de massa corporal (IMC).

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Confira algumas alterações, de acordo com a Resolução CFM nº 2.429/25: adolescentes de 14 e 15 anos que apresentem obesidade grave, com IMC acima de 40, associada a complicações clínicas (diabetes, apneia do sono, problemas cardíacos, hepáticos ou ortopédicos), poderão ser submetidos à cirurgia, desde que acompanhados por uma equipe multidisciplinar e com, evidentemente, o consentimento dos responsáveis. Para jovens entre 16 e 17 anos passam a valer os mesmos critérios aplicados aos adultos.

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O cirurgião bariátrico Joaquim Guimarães Neto entende que a decisão leva em consideração dados científicos que comprovam a segurança do procedimento nessa faixa etária.

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“Estudos demonstraram que a cirurgia não interfere no crescimento nem no desenvolvimento físico dos adolescentes durante a puberdade, tornando-se uma alternativa segura e eficaz quando bem indicada”, afirma.

O especialista avalia que a indicação deve ser feita de forma criteriosa, levando em conta o grau de obesidade e o comprometimento da saúde.

“É preciso lembrar que, além do IMC elevado, esses jovens precisam conviver com a obesidade há pelo menos cinco anos e ter tentado, sem sucesso, o tratamento clínico por, no mínimo, dois anos, antes de partir para a cirurgia”, argumenta.

Como fica em adultos

A nova resolução também reduz o IMC mínimo para indicação da cirurgia em adultos. Antes, o procedimento era recomendado apenas para pacientes com IMC acima de 35. Agora, pessoas com IMC entre 30 e 35 também podem se submeter à bariátrica, desde que apresentem doenças associadas, como diabetes tipo 2, apneia grave, refluxo severo, além de problemas cardíacos, hepáticos, renais ou osteoarticulares.

Para os adolescentes, os cuidados vão além da indicação cirúrgica. “Embora os riscos e a evolução do procedimento sejam semelhantes aos dos pacientes adultos, é preciso considerar que o jovem vai conviver com a cirurgia por muito mais tempo. Isso exige um grau de maturidade muito grande, já que o sucesso do tratamento depende, diretamente, do comprometimento do paciente com os novos hábitos de vida”, ressalta o médico.

O cirurgião destaca, também, que, do ponto de vista técnico, a cirurgia é muito semelhante à realizada em adultos, mas a avaliação do impacto metabólico e psicológico no adolescente deve ser ainda mais rigorosa.

“Estamos lidando com indivíduos que ainda estão em desenvolvimento, tanto físico quanto emocional. Por isso, o acompanhamento multidisciplinar é indispensável antes e depois da cirurgia”, acrescenta.

Brasil tem 8 milhões de pessoas com algum grau de obesidade

O Brasil soma hoje mais de 8 milhões de pessoas com algum grau de obesidade. “A obesidade é uma doença crônica, progressiva e que gera um impacto enorme na saúde física, mental e social. Quando tratada de forma adequada, seja por meio de mudanças no estilo de vida ou pela cirurgia, promove uma transformação na vida dos pacientes, especialmente daqueles que já sofrem com comorbidades severas”, ressalta o especialista.

Revista Fórum

 

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